coração

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Cristo mendigo de coração humano.


Cristo mendigo de coração humano

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Aprendemos na catequese que Deus amou tanto o mundo que enviou seu Filho e que Ele foi obediente ao Pai até a morte de cruz e, dessa forma, fomos libertos do pecado. A lição que aprendemos foi a da visita de Deus. Mas penso que deveríamos aprofundar ainda mais esta inesperada visita que Deus nos faz. Às vezes, ficamos tão distraídos e nos esquecemos que esta visita amorosa de Deus em Cristo é algo constante na nossa vida. E o que isso quer dizer? Significa perceber esta Presença de Cristo em todas as coisas: desde as mais corriqueiras até aquelas mais importantes. Talvez seja necessário rezar pedindo: “vem Senhor Jesus” em cada gesto do dia. Porque a pergunta que fazemos é a seguinte: será que esta presença do Senhor tem sido um presente para o meu eu? A palavra dirigida aos discípulos por Cristo no final do evangelho de Mateus foi a seguinte: “eis que estou convosco todos os dias” (Mt. 28,20). Ah, então Ele está presente nos momentos em que estou consolado, bem como, naqueles em que aparecem as dificuldades e as tristezas. Todos os dias ele fica mendigando o nosso coração, isto é, bate à porta da nossa vida para participar e pedir o nosso coração. Por isso nós podemos exclamar tal como Santo Agostinho: o meu coração é inquieto enquanto não encontra repouso Nele.
A falta de confiança e de fé tem tomado conta do ambiente em que vivemos. É tão fácil encontrar pessoas que ficam indecisas e inseguras a vida toda. Há uma multidão que concebe a vida sozinha, isto é, quer ser apenas auto-suficiente, independente e ter sucesso. Mas a vida sozinha é muito triste. Uma vida determinada para si mesma é estéril e vazia. Cristo mesmo afirmava: “se o grão de trigo não morre, vive na solidão”. Por isso, a experiência daqueles que encontram Cristo é importante para o mundo de hoje. Os batizados católicos testemunham ao mundo a alegria de Cristo que visita o mundo por meio de tantos sinais. Contudo, será necessário aprender a ler os sinais e olhar para as pessoas que mais nos ajudam a sentir Cristo perto do nosso coração. Precisamos olhar para Cristo como aquele que está mendigando o meu coração, a minha alma, o meu entendimento e todo o meu ser. Só assim será possível vencer a distância que pressentimos de nós mesmos. Só isso pode dar significado a forma como me aproximo dos outros e como realizo meus trabalhos e respondo aos compromissos da vida. Há um fato desconcertante e paradoxal: Cristo vem até nós, mas ainda estamos com os olhos fechados e impedidos de reconhecê-lo. Por isso, é preciso rezar. Tem um refrão de uma oração que é assim: “Que posso eu, ó Senhor, se não vens a mim com a costumeira inefável cortesia?”. Uma beleza, não é? Nada sou se Ele, o Senhor, não tiver a cortesia de acordar e sacudir as exigências profundas do meu coração. Sou pó e nada, se Ele não vier fazer a visita costumeira que faz arder o coração. Mas por que será que nós não temos a cortesia de abrir-lhe o nosso coração?
O instrumento mais poderoso para verificar se estou aceitando esta visita tão cordial de Cristo é constatar as mudanças realizadas na minha vida. Ele, o Cristo, se faz mendigo da minha alma porque sabe que o meu eu, a minha vida só poderá encontrar felicidade e realização completa na medida em que for semelhante a Ele. Quantas vezes rezamos aquela jaculatória: “Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso”? Esta oração expressa esse desejo de imitação e seguimento de Cristo. É uma oração forte porque pedi a disposição para acolher a novidade de Deus no nosso cotidiano. É aquela verdade do Evangelho: onde está o teu coração, ai está o teu tesouro. E quando seguimos por amor o que o nosso coração indicou não há possibilidade de engano. O coração, porém, segundo a expressão original bíblica não se identifica com uma postura sentimentalista, mas com a totalidade das exigências mais verdadeiras da vida e, por isso, seguir o coração traz a possibilidade de encontrar o tesouro.
Gostaria de encerrar com uma pequena história. Ela nos fala do peregrino em busca do amor:
“Um velho peregrino caminhava rumo a uma alta montanha das cordilheiras dos Andes, no período invernal, onde se encontrava um antigo santuário. Mas começou uma forte tempestade. Encontrou o dono do hotel que indagou: ‘Como você conseguirá chegar lá com toda esta tempestade, meu caro senhor?’ O velho respondeu alegremente: ‘Meu coração chegou lá primeiro, assim, é fácil seguir o caminho e obedecer as exigências de beleza e verdade que pulsa nele’.”
Que Deus abençoe a todos. E que Ele continue pedindo sempre nas portas do nosso duro coração uma chance para ficar conosco.
Pe. Márcio Luiz Fernandes
Fonte: https://www.padrereginaldomanzotti.org.br/

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