coração

segunda-feira, 15 de julho de 2019

CATÓLICOS QUE DISCORDAM A RESPEITO DO DEMÔNIO !


CATÓLICOS QUE DISCORDAM A RESPEITO DO DEMÔNIO !
Pe Zezinho scj
••••••••••••••••••••••••••

Certos episódios e suas interpretações colocam o povo e os catequistas pró e contra em lados opostos. 

É que nem tudo é ação do demônio e mas nem sempre se deve descartar a sua ação ! Está nos manuais que todo padre deve estudar.

Na teologia que versa sobre a graça de Deus, há uma graça e ciência também atribuída ao Espírito Santo que se chama SABEDORIA . É uma das graças dadas ao cristão é saber discernir “ os espíritos”.

“Isto não foi demônio, a pessoa não estava movida pelo demônio; a pessoa estava movida pelo demônio” . E também, “a pessoa estava em sintonia com Deus ou não estava com Ele “ . Jesus mesmo disse que muitos pregadores iriam fazer maravilhas usando seu nome . Mas não era coisa de Deus !

Com pressa de explicar tudo, há muitos catequistas, devotos sinceros e pessoas simples e impressionáveis que atribuem tudo a Jesus, a Maria, aos santos, a anjos e ao demônio . Nem sempre é !

Negar que o demônio existe seria ir contra a Bíblia e contra o Catecismo Católico; mas interpretar tudo como obra do “dragão da maldade” é não ter evoluido na doutrina católica.

O Pai Nosso e a Ave Maria são orações fundadas na Bíblia. Tem mais de 2 mil anos. A oração a São Bento tem mais de 1.200 anos . A atribuída a São Francisco, mais de 800 anos. Então, não é questão de ignorar o passado . Vivemos dele. Mas também vivemos do presente e do possível futuro .

Então, a Teologia Católica ensina a distinguir o que é disfunção do cérebro e surto da mente. Nem sempre é o demônio que veio do inferno para agir neste pobre enfermo. A pessoa que portadora desses repentes nem sempre é controlada pelos fármacos , e , por isso surta !

Padres e catequistas que estudaram Teologia, Sociologia e Psicologia, em geral não falam em demônio quando se deparam com este surto. Depende do que o catequista estudou !
•••••
Em Nápoles, quando morei lá, na pequena capela de Marechiaro presenciei um surto desses. Era uma pobre mãe ultra estressada que não conseguia se expressar. Rangia os dentes, gritava e debatia-se no pátio. Entre os fiéis estava um médico, que imediatamente mandou seu filho buscar a maleta algumas quadras acima.

Enquanto isso, nós dois explicávamos que não era o demônio, enquanto duas senhoras e um filho dela a continham . O médico aplicou-lhe uma injeção no braço . Em seis minutos ela se acalmou e o outro filho veio busca-la de carro . Nenhum motivo para vergonha ! É enfermidade e disfunção ! Não é fenômeno do além !
•••••
Soube, mais tarde, que houve isto duas vezes e logo depois da morte de membros da família. Ela não conseguia processar aquelas perdas!

Psicólogos sabem disso ! A pressa de interpretar nem sempre contribui para uma catequese serena !

Nenhum comentário:

Postar um comentário