coração

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

CÍRIO.




COMO O FINAL DE UM CÍRIO

"Essa semana chega ao seu fim e, com ela, as forças de Francisco. Sua vida se estinguia como o final de um círio. Era um sábado, 3 de outubro.
Nas primeiras horas do dia, pediu que lhe lessem o relato da Paixão de Jesus Cristo, segundo São João. Enquanto o faziam, lentamente, o enfermo quedava-se imóvel como esquecido de si mesmo. Muitos pensavam que já estivesse morto, mas quando terminou a leitura, voltou a falar para pedir um pão. Tomou-o em suas mãos trêmulas, o abençoou e o partiu imitando o gesto de Jesus na ùltima Ceia, e o fez repartir entre os presentes. Quiz dizer algo, mas não lhe brotavam palavras.
Em torno da cabana uma atmosfera tensa. Os irmãos não sabiam se orar pelo moribundo ou se interceder ao santo. Uns estavam de é a seu lado, solícitos ao menor de seus movimentos; outros, permaneciam de joelhos na capelinha da Virgem. De vez em quando o silêncio era interrompido pela melodia solene do Cântico das Criaturas que ia perder-se entre as árvores do bosque.
Eram cinco da tarde. Francisco suplicou que o desnudassem totalmente e o colocassem sobre a terra. Muitos resistiram em fazê-lo, mas por fim cumpriram seu último desejo. Então, com voz quase imperceptível começou a recitar o Salmo 142, que os irmãos acompanhavam lentamente. "Com minha voz clamei ao Senhor... ele é minha porção na terra dos viventes... Tira, Senhor, minha alma do cárcere, para que vá cantar teu nome, pois me esperam os justos e tu me darás meu galardão".
Quando terminou o salmo, tudo permaneceu imóvel e em silêncio. Dizem que somente se escutava um leve rumor de asas."

       ( Tirado da linda página Clay Regazzoni Ofs)

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