coração

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

A convivência e as responsabilidades do Matrimônio..



"Na verdade, quem me procurou foi a mãe. Estava desesperada. O Filho recém-casado estava em processo de separação. O casal havia namorado quase uma década, mas não ficou nem um semestre juntos. A convivência e as responsabilidades do Matrimônio estavam sufocando-o. Ouvi atento aquela mãe. Sua dor e sofrimento eram reais. Comentei com ela sobre Amoris Laetitia, sobretudo quando o papa fala: "não basta o sentimento nem o desejo de se estar junto. A cada nova etapa da vida, requer acordos". O casal não pode se deixar vencer pelos desafios iniciais. É preciso sentar e reavaliar, até que o olhar e os passos estejam na mesma direção. Falei ainda uma série de outras coisas. Da necessidade da abertura para acolher o novo, afinal, quando se casa as pessoas mudam e a convivência nos revela um ângulo da face da pessoa amada que até então não conhecíamos de todo. Ressaltei sobre a importância da presença da família, mas também da necessidade de deixar o casal assumir a própria condução da relação. Frisei, mais de uma vez, que não há espaço para sentimentos egoístas numa vida a dois; ou se casa para tornar o outro mais feliz e realizado ou não se casa. Mas que ninguém vá para um relacionamento pondo sobre os ombros do outro a responsabilidade por sua felicidade. Cada um que aprenda a fazer o outro feliz e que ninguém se ausente deste compromisso. O casamento não é o homem nem a mulher, mas este terceiro chamado "relação", para o qual os olhos e os braços devem estar continuamente voltados. O trabalho é contínuo. No fim, rezamos por aquele casal. A mãe saiu em paz. Soube a pouco que, enfim, o casal se reconciliou. Parece ter entendido que iniciar, seja o que for, pode ser um enorme desafio. E que é necessário muita coragem e firme decisão em continuar."

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Pe. Claudemar Silva
www.padreclaudemarsilva.com

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