coração

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Quando rezo, sou terra.


"Para rezar é preciso ser-se humilde. Até com a atitude exterior, é impossível rezar como quem vai fazer grandes discursos. Rezar é ouvir, é deixar ser-se guiado. É sentir-se olhado, e observado. É saber-se conhecido nos mais íntimos segredos. É ter a certeza de que quem está do outro lado sabe muito mais de mim que eu próprio. Que me vai dizer coisas que não percebo, ou que me vai custar perceber.

Quando rezo, sou terra. A mesma que se aquece com o sol e se sente sozinha à noite, sob as estrelas. A mesma que espera a chuva e a que chega a desaparecer, porque alimenta uma floresta de árvores e flores com todas as cores do mundo.
Porque se deixa ser mexida e revolvida, porque se deixa rasgar em caminhos por onde passem sonhos e pessoas que ficam ali para morar, e outras que passam, sem ficarem indiferentes. Porque ela própria se faz sonho, porque amar e ser amado é o seu modo de ser".

Pe António Valério



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